Crioterapia: mito ou verdade?

Favorece uma correta recuperação após múltiplas sessões de treino,
encurtando o tempo de descanso entre as práticas desportivas e podendo assim
aumentar a carga em sessões seguintes. A imersão em água fria está na moda, e é
uma das estratégias mais populares em desportos de equipa para acelerar a
recuperação do atleta.

Prós e contras da imersão em água fria?

A imersão em água fria é utilizada, uma vez que, a aplicação de frio
diminui a velocidade de condução do sinal nervoso e fluxo sanguíneo, limitando
assim a perceção de dor, processos de inflamação e edema, provocados pelo
exercício de alta intensidade. Estudos comprovam que após 10 minutos de imersão
com água a 10ºC os atletas sentem menos fadiga e dor muscular comparativamente com
o grupo controlo.

Apesar deste benefício, a inflamação que acompanha o exercício é um
mecanismo que favorece adaptações de treino, hipertrofia muscular e aumento do
número de mitocôndrias (indispensável nos desportos de longa duração). Ao
bloquear a inflamação com a aplicação de frio pós-exercício, estamos a diminuir
os mecanismos de adaptação tão importantes para o aumento da performance
desportiva.

Conclusões

A aplicação de frio pode ser recomendável quando o objetivo é reduzir a dor
muscular e atenuar a perda de rendimento, sobretudo quando existem vários jogos
num curto espaço de tempo. No entanto, esta estratégia parece bloquear a
adaptação muscular ao exercício e, como tal, não é recomendável a sua
utilização de forma continua numa planificação de rendimento a longo prazo.